terça-feira, 1 de junho de 2010

" PETRÓLEO " no PREÇO atual '

Se o preço do petróleo permanecer nos patamares atuais ao longo dos próximos anos, o Brasil terá o cenário ideal para investir na produção de etanol e biodiesel e faturar com a exportação desses combustíveis. A conclusão é de um estudo encomendado pelo NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos, ligado à Presidência da República), que aponta que os biocombustíveis serão economicamente viáveis se o petróleo continuar acima de US$ 40 por barril.
O trabalho, coordenado pelo economista Helder Pinto Júnior, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), será usado pelo governo federal para definir as políticas voltadas à produção de etanol e biodiesel. A pesquisa faz parte de uma série de avaliações feitas pelo NAE através do Projeto Brasil 3 Tempos, que traça perspectivas para o país para 2007, 2015 e 2022.

O estudo do professor da UFRJ analisa a viabilidade econômica dos biocombustíveis a partir de três projeções do preço do barril do petróleo para 2022: abaixo de US$ 40; entre US$ 40 e US$ 80; e acima de US$ 80. "Com a recente alta do petróleo - que aumentou de US$ 23, US$ 24 por barril, em 2003, para US$ 60 -, todos os países perceberam a necessidade de rever suas matrizes energéticas, de implantar uma matriz menos dependente do petróleo. Mas a transição dessa matriz está diretamente relacionada ao custo. Por isso foi usado o preço do petróleo nas projeções", explica o economista.

No primeiro cenário projetado, com o petróleo abaixo de US$ 40 por barril em 2022, essa transição para uma matriz energética mais limpa seria postergada, de acordo com o estudo. A esse preço, a implantação dos biocombustíveis dependeria de subsídios governamentais, "o que não faz o menor sentido", afirma o professor. "Não dá para deixar de investir em saúde e educação para aplicar o dinheiro em um recurso que vai beneficiar os 15% da população de maior renda. A não ser que haja restrições ambientais, nesse caso a transição levaria mais tempo", completa.

A segunda projeção é a melhor para o Brasil, com o preço do barril oscilando entre US$ 40 e US$ 80. Nesse caso, haveria uma tendência de os países usarem o álcool e o biodiesel como alternativas aos derivados de petróleo, inclusive importando esses combustíveis. "Com esse cenário, o Brasil teria uma grande oportunidade para se tornar o líder mundial na produção de biocombustíveis. No álcool, nenhum país tem a experiência brasileira, mais de 30 anos produzindo. A produtividade do interior paulista é imbatível. O Brasil tem vocação para assumir essa liderança", afirma. O terceiro cenário, com o preço acima de US$ 80 por barril, também favoreceria o Brasil, mas criaria um risco. O alto custo do petróleo poderia desencadear uma corrida tecnológica nos países pelos chamados biocombustíveis de segunda geração - produzidos a partir de resíduos de celulose, como palha ou bagaço de cana -, o que reduziria o mercado para o álcool e o biodiesel brasileiros.

Mas, independentemente dos rumos do preço do petróleo, o Brasil precisa começar agora a planejar as políticas estratégicas para os biocombustíveis, afirma o economista. "Temos que estar preparados para quando o mercado dos biocombuistíveis explodir. Temos uma janela enorme escancarada e não podemos deixar passar a oportunidade", destaca.

Petróleo no mundo !


Quanto tempo vai durar o petróleo no mundo?
A estimativa depende da descoberta de novas reservas, do aumento da produtividade nos poços e da evolução do consumo no mundo !



Se tudo ficar como está hoje, o petróleo vai durar mais 40 anos. Para chegar a esse resultado, fomos atrás do total de reservas no mundo – 1,2 trilhão de barris segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Em seguida, dividimos esse valor pela média de produção – 81 milhões de barris por dia. Nos cálculos, consideramos apenas as reservas provadas, sem levar em conta projetos ainda em avaliação, como a reserva brasileira de Tupi.

Outro fator que pode dar uma sobrevida ao combustível é a melhora das tecnologias de extração. “Nunca imaginamos tirar petróleo em bacias com mais de 7 mil metros de profundidade. Hoje, isso já é possível”, diz o geólogo Chang Kiang, da Unesp.

PANE SECA
Saiba quando as reservas de óleo de alguns países podem se esgotar

IRAQUE
Estimativa de duração:158 anos
Produção, em milhões de barris por dia: 1,9
Reservas, em bilhões de barris:115

A invasão americana do país provocou uma baixa na produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia – cinco vezes a produção diária da Itália! Só para ter uma idéia, em cada barril cabem 159 litros de petróleo. São, portanto, 159 milhões de litros de petróleo a menos, o que daria pra encher cinco "piscinões de Ramos”.

ARÁBIA SAUDITA
Estimativa de duração: 67 anos
Produção, em milhões de barris por dia: 10,8
Reservas, em bilhões de barris: 264,3

De longe, a Arábia possui as maiores reservas do mundo. São 264 bilhões de barris, praticamente o dobro do vicelíder, Irã, que possui “apenas” 137 bilhões. Tudo isso porque a placa de solo sobre a qual a Arábia está continuamente colidindo com a placa eurasiana. Esse movimento cria dobras no subsolo, gerando vãos onde o óleo se acumula.

RÚSSIA
Estimativa de duração: 22 anos
Produção, em milhões de barris por dia: 9,7
Reservas, em bilhões de barris: 79,5

A Rússia é hoje a maior produtora de petróleo cru, porção mais pesada do líquido, de onde são retirados a gasolina e o óleo diesel, por exemplo. Em julho de 2007, a Rússia pediu à ONU que incluísse em seu território 119 km2 do círculo ártico, área disputada por outros sete países que contém em seu subsolo 400 bilhões de barris.

BRASIL
Estimativa de duração: 18 anos
Produção, em milhões de barris por dia: 1,8
Reservas, em bilhões de barris: 12,2

O campo de Tupi, recém-descoberto na bacia de Santos, vai colocar o Brasil na lista das dez maiores reservas do mundo. Do atual 24º lugar, nosso país vai pular para a oitava ou nona posição. Outro país da América do Sul, a Argentina, tem reservas de apenas 2 bilhões de barris, suficientes para mais oito anos.

EUA
Estimativa de duração: 7 anos
Produção, em milhões de barris por dia: 6,8
Reservas, em bilhões de barris: 17,1

Os EUA são os maiores devoradores de petróleo do mundo, consumindo em média 20 milhões de barris por dia, 14 milhões a mais do que a China, segunda colocada. Cada americano gasta em média 8 toneladas de petróleo por ano, média que foi triplicada nos últimos 30 anos! Os combustíveis alternativos ainda são raridade por lá.